O guia de comunicação sobre o zumbido auxilia você a comunicar-se de forma eficaz e empática com seus pacientes.
O modo como você fala sobre zumbido pode causar um forte impacto nos pacientes e como eles se sentem sobre o futuro. É importante que a comunicação ocorra naturalmente, de modo que seus pacientes se sintam incentivados e que estimule neles sentimentos de esperança.
Nem todos acometidos por zumbido sofrem para lidar com ele, ou buscam ajuda profissional, mas quando o fazem, é essencial que conversem sobre seus sentimentos e suas histórias.
Comece com perguntas abertas
Perguntas abertas geram respostas reflexivas, ao contrário de perguntas objetivas. Elas permitem que você abra espaço para que compartilhem pensamentos e sentimentos sobre como o zumbido afeta a vida dele. Isso pode ajudar seus pacientes a trabalharem as emoções difíceis e fazer com que não se sintam sozinhos. As respostas ajudarão a focar no seu tratamento e nas necessidades individuais de cada um.
Algumas das perguntas com as quais você pode começar:
- “Você pode me falar sobre o seu zumbido?”
- “Você tem alguma preocupação sobre isso?”
- “Você está mudando algo em sua rotina por causa do zumbido?”
- “Como você se sente com isso?”
- “Está afetando a sua relação com outras pessoas em sua vida?”
Fazer perguntas abertas também ajuda seu paciente a articular os pensamentos e perguntas em relação ao zumbido. Você pode, com isso, trabalhar qualquer conceito equivocado que eles possam ter.
Perguntas comuns sobre zumbido
Pergunta: O zumbido vai prejudicar minha audição e me deixar surdo?
Resposta: Se você tem perda de audição é mais provável que você tenha zumbido, mas o zumbido por si só não danifica a sua audição. O zumbido é muitas vezes resultante da perda de audição, e está presente especialmente nos sons agudos.
Pergunta: O zumbido é sinal de algo mais grave que os médicos não notaram?
Resposta (Se um check-up médico/audiológico completo tiver sido feito): Os especialistas analisaram a sua audição e estão confiantes de que o seu zumbido não é sinal de nada alarmante. Ter zumbido é algo bem comum que afeta cerca de 10% da população mundial e se seu check-up audiológico estiver normal, então isso significa que seu zumbido não é sinal de nada alarmante.
Pergunta: O zumbido pode me levar à loucura?
Resposta: O zumbido pode ser angustiante, principalmente quando ele surge. É também agravado pelo stress. Embora isso seja algo difícil de lidar, pode-se aprender a administrar o zumbido e viver com ele.
É fundamental que você dê espaço ao seu paciente para que ele expresse suas emoções, e para mostrar que você entende seus sentimentos dele. Você pode mostrar empatia com comentários que demonstrem você está escutando-o ativamente, como:
- Isso parece muito difícil para você.
- Fale mais sobre como você se sente.
- Eu entendo que você deseja que seu zumbido desapareça - eu também gostaria disso.
Explique a diferença entre presença e intrusão
O Gráfico de Previsão de Zumbido pode te ajudar a explicar a diferença entre quão presente (alto) o som de zumbido é, e quão intrusivo (angustiante) ele está.
Mostre o gráfico ao seu paciente. Use-o para explicar que apesar de o zumbido poder estar sempre presente, o nível de angústia que ele causa e o seu nível de incômodo muito provavelmente diminuirão com o tempo. Isso se chama habituação.
É muito importante que seus pacientes entendam esse ponto chave. Muitos deles ouviram que seu zumbido nunca vai sumir, o que não significa que o paciente terá que sofrer com ele para sempre. O objetivo dessa conversa é trazer um senso de esperança, e reduzir o medo dele de que irá sempre sentir o mesmo nível de angústia.
Mostrando a diferença entre o quão presente e o quão angustiante o zumbido é, clínicos podem cultivar esperança nos seus pacientes e ajudá-los a pensar em seu zumbido de maneiras mais construtivas. Compartilhar essa informação no início do tratamento poderá ter um impacto imenso em como eles vão lidar com o zumbido a longo prazo.
Você pode também demonstrar que o nível sonoro poderá variar com o tempo, às vezes, ele vai ser um pouco mais alto e outras um pouco mais baixo, mas no geral será contínuo. Algumas vezes o seu paciente nem perceberá o zumbido (indicado pela linha tracejada). Você pode incentivá-lo a focar no que estiver fazendo nessas horas, por exemplo, se estiver trabalhando, ouvindo música ou praticando exercícios.
Para ter certeza de que o seu paciente entende a diferença entre a presença e a angústia do zumbido, peça que ele mostre em que ponto ele está no gráfico e explique que a previsão é baseada em experiências de muitas pessoas com zumbido. Nem você e nem o seu paciente podem prever exatamente pelo que ele irá passar, no final das contas. É improvável que o zumbido dele suma, mas é provável que ele se torne menos angustiante.
Dê conselhos para os próximos passos
Uma vez que os pacientes entendem que a maneira como eles se sentem em relação ao zumbido pode melhorar, eles muitas vezes perguntam o que podem fazer para se sentirem melhor. Você pode sugerir que eles gerenciem o stress e tomem conta de si mesmos. Os pacientes também podem encontrar ajuda em sites relevantes como O Kit de Primeiros Socorros Para Zumbido. Outras estratégias incluem:
- Usar aparelhos auditivos
- Usar dispositivos de mascaramento sonoro como geradores de som ou aplicativos de smartphones
- Participar de sessões em grupo para partilhar experiências com pessoas que passam pelos mesmos desafios
- Consultar-se com profissionais de saúde mental que possam ajudá-los com técnicas de relaxamento
Existem muitas opções e é importante que você ajude cada paciente a encontrar o que funciona melhor para seu caso individual.
Baixe um PDF do gráfico de previsão do zumbido para usar em seus atendimentos.